Introdução: As significativas transformações sociais, originadas com o advento das novas tecnologias, reverberando sob o ambiente escolar, desafiam os modos de ensino e aprendizagem. A desterritorialização dos espaços, a ubiquidade da comunicação e, consequentemente, o descentramento do saber (MARTÍN-BARBERO, 2004) fazem urgir a necessidade da escola, enquanto instituição social, reestruturar-se, criticamente, perante um novo contexto em que novos suportes tecnológicos, involuntária e gradativamente, vão se incorporando à lógica letrada prevalecente nesses espaços. Objetivo: Estudar e analisar as relações existentes entre o uso de novos suportes tecnológicos pelos jovens e a adequação da escola frente às novas práticas de ensino-aprendizagem. Metodologia: Baseando-se em estudos de teóricos da educação e da sociologia da juventude, elaborou-se um questionário aplicado a estudantes secundaristas de diferentes instituições de ensino (IFRJ e Dutra) e, a partir dos resultados obtidos, foi elaborado um formulário de entrevista semi-estruturada Resultados: A partir do questionário, verificou-se que os modos de uso de tecnologias pelos jovens estão intrinsecamente relacionados a contextos sócio-cultural-econômicos. A internet propulsiona os modos de aprendizagem em ambientes externos ao espaço escolar, servindo como ferramenta para troca de informações e conteúdos escolares, bem como para a o acesso aos conteúdos nas redes. O uso contínuo e amplo resulta em seleções estritas do conteúdo a ser absorvido, logo, o mesmo é analisado e filtrado pelos estudantes. Tal filtro é aplicado a quais meios serão utilizados e suas respectivas finalidades. Conclusão: Conclui-se que a escola não incorporou os novos suportes tecnológicos às práticas educativas de modo sistemático. Entretanto, de modo mais individualizado, algumas práticas que utilizam os suportes tecnológicos se incorporam à rotina escolar. Além disso, fora da escola os estudantes utilizam dos meios digitais para acessar conteúdos relativos às práticas escolares. Isto aponta para mudanças elementares nas práticas de ensino-aprendizado. Assim, ressignifica-se o saber e os meios pelos quais se o solidifica, sem, entretanto, se autoquestionar sobre as implicabilidades das novas práticas no contexto escolar. Nesta conjuntura, é imprescindível entender os meios pelos quais pode-se ressignificar a figura do mestre em um contexto contemporâneo no qual a tecnologia exerce grande influência sob os meios de ensinar.