PORTAL DE EVENTOS DO IFSP ITAPETININGA, I ENCONTRO DE PRÁTICAS PEDAGÓGICAS _ ISSN - 2448-2498

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A FORMAÇÃO CONTINUADA DO PROFESSOR DE EDUCAÇÃO BÃSICA EM GRUPOS DE PESQUISAS
Vanessa Alves de Almeida Cruz

Última alteração: 2016-04-28

Resumo


Palavras-chave: Formação continuada de professores; Desenvolvimento profissional; Grupos de pesquisa; Grupos colaborativos.

Introdução

A década de 1990 foi um período de mudanças no campo educacional, essas mudanças envolveram o campo da pesquisa, a formação de professores e a escola de educação básica como um todo, com políticas públicas nas quais tornaram a educação inclusiva, abrangendo toda a demanda da sociedade.

Com a aprovação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) nº 9394/96 as Unidades Escolares revisaram seus projetos políticos pedagógicos para atender aos anseios das novas perspectivas educacionais proporcionadas pela legislação em vigor.    Porém para propiciar um ambiente acolhedor que garantisse aos alunos uma educação realmente significativa e conforme prevista na LDB, educação que os qualifique para o exercício da cidadania e o mercado de trabalho, os órgão responsáveis pelas instituições escolares iniciaram projetos de formação continuada, direcionados aos profissionais que atuam na área da educação.

Desde então ocorre à busca de modelos que possam garantir a formação continuada dos professores, oferecendo cursos presenciais, à distância e semipresenciais através de reuniões pedagógicas ocorridas em horário de trabalho, cursos oferecidos virtualmente, formação através de orientações técnicas, cursos no contra turno e a formação de grupos de pesquisa.

Atualmente vivenciamos uma mudança nos modelos de formação de professores no qual o professor é formado tendo em vista não apenas embasamento teórico, mas a reflexão sobre situações de vivências.

Neste sentido, as políticas públicas atuais incentivam através de projetos, estudos que envolvam a troca de conhecimento entre professores e pesquisadores, no qual todos possam contribuir com o processo formativo.

 

A formação de professores no contexto de grupos de pesquisa.

A formação do professor não ocorre apenas nas universidades durante os cursos de graduação, a prática cotidiana contribui para a construção de identidade docente, porém para o amplo desenvolvimento do profissional os cursos de qualificação, de formação continuada são fundamentais.

Com a formação dos grupos de estudos e pesquisa que integrem um trabalho entre escola e universidades, ocorre a contribuição com a prática docente de modo autônomo e consciente.   Esses grupos formativos podem contar com a participação professores, estudantes e pesquisadores, cada qual contribuindo com suas práticas e teorias.

Para que um grupo seja considerado colaborativo, é necessário que ocorra momentos de trocas nas quais, todos os integrantes do grupo se sintam a vontade a contribuir durante as reflexões.   O professor colabora com a sua prática, relatando experiências e metodologias desenvolvidas, os futuros professores contribuem com suas perspectivas e os pesquisadores com os embasamentos teóricos.

Segundo Nóvoa (1992), não há possibilidade de ocorrer um efetivo “ensino de qualidade, nem reforma educativa, nem inovação pedagógica, sem uma adequada formação de professoresâ€.

Em um grupo de pesquisa não existe hierarquia, há a interação de todos independente da posição profissional de seus integrantes, seja um futuro professor, profissional da educação atuante, um pesquisador ou professor coordenador do grupo.  Os temas a serem discutidos devem ser conduzidos de modo que se tornem significativos, viabilizando a aprendizagem de todos os participantes, refletindo na aprendizagem dos alunos.

A reflexão sobre a prática deve ser uma constante na vida do professor e a participação de grupos formativos além de provocar esses momentos de reflexão, amplia o repertório dos participantes, atribuindo significado para a formação do professor.

“Realmente, não posso conceber um professor que não se questione sobre as razões subjacentes às suas decisões educativas, que não se questione perante o insucesso de alguns alunos, que não faça de seus planos de aula meras hipóteses de trabalho a confirmar ou infirmar no laboratório que é a sala de aula, que não leia criticamente os manuais ou propostas didáticas que lhe são feitas, que não se questione sobre as funções da escola e sobre se elas estão a ser realizadas.†(Alarcão, 2001, p.5)

 

Um grupo formativo não nasce colaborativo, mas com o tempo ele se torna colaborativo, dependendo das interações do grupo e das práticas do coordenador para o seu desenvolvimento.

O principal objetivo do grupo de formação é a articulação da extensão, da pesquisa, do ensino e das experiências vivenciadas pelo professor que está em sala de aula, visto que em muitos momentos boas práticas acabam ficando limitadas apenas ao espaço das salas de aula.

 

Considerações Finais

Para que a qualidade de ensino seja mantida e as metodologias de ensino inovadas é fundamental que a formação continuada seja uma constante na prática do profissional da educação.   Os grupos de estudos e pesquisa possibilitam troca de saberes entre seus integrantes sejam aspectos teóricos ou aspectos práticos, esses momentos viabilizam reflexões sobre o cotidiano escolar nas quais terão reflexos na prática docente.

Um grupo colaborativo, cujo seus integrantes apresentam diferentes formações, proporciona trocas de informações e análises sobre os elementos delineadores da docência, ressaltando as dificuldades e as formas para que essas sejam superadas de modo que garantam qualidade no processo de ensino aprendizagem nas escolas.

Contudo podemos concluir que as discussões proporcionadas pelos grupos colaborativos, vislumbram momentos de reflexões nos quais podem sanar lacunas oriundas do processo de formação docente e amenizar as angústias advindas das dificuldades do exercício da prática, decorrente das especificidades da comunidade escolar na qual o profissional atua.

 

Referências

ALARCÃO, I. Professores reflexivos em uma escola reflexiva. 4. ed. São Paulo, Cortez, 2005.

ANDRÉ, Marli; SIMÕES Regina H.S.; Brzezinski, Iria. Estado da Arte da Formação de Professores no Brasil. Educação e Sociedade, ano XX, nº 68. Dezembro/99 .

BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996.

BRUM, Jaqueline Magalhães. Redes cotidianas de saberes e fazeres matemáticos: sobre

possíveis, potências e experiências de vida. 2010. 315p. Dissertação (Doutorado em Educação: Concentração Cultura, Currículo e Formação de Educadores) - Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória.

Nóvoa, A. (1992). Formação de professores e profis‑ são docente. In A. Nóvoa (coord.), Os professores e a sua formação. Lisboa: Publicações Dom Qui‑xote, p. 13‑33.

 

Mestrado em Educação (cursando). UFSCAR. Email: cruz.van@hotmail.com

Profª Drª. UFSCAR. Email: renatapgama@gmail.com

 


Palavras-chave


Formação continuada de professores; Desenvolvimento profissional; Grupos de pesquisa; Grupos colaborativos.

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